| paredes |


nas tuas mãos
eu sou chuva sangrenta
e perguntas que não ouso
guardar nos bolsos
como na memória
enregelada
como manhãs de inverno
violento
em que o dia só se apazigua
depois do amor

e fazer-te amor
é trepar por ti acima
escalar todas as dúvidas
não prender no arnês as incertezas
não dizer nada
não perguntar nada
deixar apenas
que o som seco das respirações
que falharam
rasgue o silêncio
e se cumpra o infinito.

0 comentários: