| nostalgia |

nem sempre sei dizer da nostalgia. nem dos dias que encarcerei na memória, trancados a mil chaves, impossíveis de resgatar. porque nem todas as memórias são boas. nem todos os silêncios são sagrados. nem todas as ausências são prenúncio do que virá a seguir. e em cada detalhe arrastam-se as certezas de que somos incontornáveis, porém finitos. diante do espaço somos meros pedaços de pó. inimportantes. ausentes. alegóricos. como as histórias que se contam com moral no fim, aquelas a que ninguém entende sequer o propósito. por vezes, o melhor é não dizer nada. deixar que seja o tempo a falar por nós. deixar que os gestos nos façam pessoas. deixar que a voz se solte e que se cante em qualquer sítio onde se esteja. todos os dias são bons, desde que estejamos vivos. todos os dias são dádivas. quando vives e te sentem respirar. quando ages e deixas o teu legado para trás. quando na memória só haverá sorrisos teus. lágrima nenhuma, apenas sorrisos. é isso que deixas para trás. e é por isso que valeu a pena.

Para a N.

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