| um lado de lá |

nas ombreiras das portas
e nos entretantos
há gatos pousados
em contra-tempo
e a luz que inunda os tacos
aconchega
e expulsa os sinais
e dá-nos uma casa nova
a que podemos escrever a história
sem passados nem angústias
e o único som que ecoa
é o da tua voz
num "amo-te" que perdura
esquecido em molduras
encostadas às paredes
porque ainda não decidimos
em que ângulo as vamos
pendurar.
e o silêncio dos gatos
a que és alérgico malgrado o vício
enche-te os tempos mortos
em que me esperas
sem me procurar.

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